sexta-feira, 18 de junho de 2010

QUEM QUER SER LOUCO?

por Cleber Xavier



Nossa! A loucura é uma questão literalmente louca mesmo.
Como podemos definir a loucura? Quais critérios caracterizam a loucura? A loucura é boa? Já te chamaram de louco? Você já rasgou dinheiro???? rs

Segundo o dicionário HOUAISS, a loucura é: um distúrbio, alteração mental caracterizada pelo afastamento mais ou menos prolongado do indivíduo de seus métodos habituais de pensar, sentir e agir.

É interessante perceber que a loucura é essencialmente definida como a perda de um comportamento, a princípio, construída por alguém que a determinou ser uma ação que faz parte de uma categoria chamada de "bom senso". Esse "bom senso" é moldado por uma estrutura racional que poda e frustra os sentimentos que são carregados de impulsos demasiadamente inaceitáveis pela sociedade-razão.

Você já deve ter ouvido as seguintes expressões:

- Não chore, seja homem!

- Pare de gritar!

- Não corra, é proibido!

- Você é louco, você vai se declarar para ela?!

- Você está louco! Não faça assim, sempre foi daquele jeito.

- etc...

Esse grito emocional de nossos sentimentos; esse animal irracional que constantemente rosna para sair das cadeias racionais enjaulado dentro de nosso íntimo, briga para não ser domesticado. Já vi no filme “Matrix” a seguinte expressão: “negarmos nossos impulsos é negarmos nossa própria espécie humana”. Ou seja, se exageradamente controlamos esses impulsos estamos nos tornando robôs e não mais humanos borbulhando de sentimentos.

Uma idéia interessante de um filósofo chamado, Erasmo de Rotterdam (1466 – 1536), em sua obra “Elogio da Loucura” diz que Jesus pede que seus discípulos sigam o exemplo das crianças, dos lírios, da mostarda e dos passarinhos. Todos estes citados são desprovidas de inteligência e vivem somente graças à orientação da natureza. Isso é um comportamento completamente louco para as categorias racionais da sociedade.

Parece que a loucura é um estado onde podemos expressar o nosso verdadeiro eu escondido, aprisionado dentro de nós mesmos e que nos faz bem quando o soltamos, pois, derruba máscaras pesadas que levamos na nossa vida para aparentarmos pessoas socialmente corretas. Há muitas pessoas que alcançaram sua felicidade porque traçaram um caminho onde muitos achavam errado, loucura, insano.

Disso tudo surge um grande dilema para sua vida:
Você quer ser feliz ou ter razão?

terça-feira, 8 de junho de 2010

"MEMÓRIA" PRIMITIVA

por Cleber Xavier


Você já sentiu seu coração bater forte diante de uma situação na qual você ficou preocupado, ansioso? Você já experienciou - numa situação de estresse - uma sensação onde parece que há centenas de borboletas voando no estômago? Você já sentiu seu rosto esquentar e avermelhar porque você estava numa situação constrangedora?

Essas reações fisiológicas do corpo são resquícios de uma certa "memória" gravada em nosso gene dos tempos primitivos. A ansiedade, a preocupação, o nervosismo são estados que nos provocam uma série de reações fisiológicas que provocam batimento cardíaco acelerado; vontade de defecar ou urinar; avermelhamento do rosto; entre outros afins.

Segundo algumas teorias, essas reações são particularidades herdadas de nossos ancestrais. Todas essas reações foram fundamentais para àqueles que viviam num ambiente de perigo onde que era preciso correr, ou lutar contra animais ferozes ou até pessoas com ferramentas não muito eficazes; essas reações também auxiliavam a desenvoltura numa caça ou pesca.

Nossos ancestrais precisavam que seu corpo liberasse todas essas reações porque eram fundamentais para que o corpo pudesse responder aos seus movimentos com melhor desempenho. Essas ações fisiológicas proporciona a pessoa os elementos necessários - como sangue, oxigênio etc. - para ter um bom desempenho.

Hoje sentimos essas mesmas reações mas diante de situações totalmente diferentes de nossos ancestrais. Nosso corpo quando percebe qualquer estado semelhante a ansiedade inicia sua performance achando que está enfrentando situações perigosas como de nossos antepassados primitivos. O corpo condicionou a essas respostas fisiológicas.

Há teorias que dizem que daqui alguns milhões de anos nosso corpo vai evoluir e adequar suas reações fisiológicas para as situações que realmente estão vivenciando. O corpo não responderá segundo os resquícios primitivos de fuga ou luta. Se essa teoria estiver certa, como será que os corpos responderão?

Outra ideia interessante é que desta evolução dos corpos teremos um outro benefício que muita gente procura desesperadamente hoje em dia: emagrecer. Essa evolução deixará os corpos mais magros, porque os primitivos viviam situações de extrema dificuldade em achar comida. Em vista disso, o corpo - inteligentemente - fazia reservas para uma possível escassez. Hoje, fisiologicamente, nossos corpos continuam com essa ação. Alguns especialistas da saúde afirmam que quando alguém faz uma dieta rigidamente prejudicial, na qual, chega a passar fome para não engordar, qualquer coisa que ela come, o seu o corpo transfere grande parte das substâncias deste alimento para uma reserva, fazendo com que você mais engorde do que emagreça. Isso em razão de que seu corpo percebeu o estado de fome em que você está se sujeitando, por isso está fazendo reservas para suprir a falta de nutrientes que lhe faltarão por causa da rígida dieta. Essa reserva se encontra principalmente na barriga. (aiaiaia)

Segundo especialistas da saúde, a melhor dieta é aquela equilibrada e não exagerada como o do exemplo acima.

Já dizia Aristóteles, para tudo é importante buscar a virtude, ou seja, o justo meio das coisas. Por exemplo: é prejudicial comer exageradamente, mas também deixar de comer é ruim para saúde; o correto, a virtude, está no equilíbrio da alimentação.

domingo, 6 de junho de 2010

SOCIEDADE LÍQUIDA

por Cleber Xavier


Li um artigo muito interessante de Zygmunt Bauman, onde ele falava sobre o conceito da "Sociedade Líquida". Ele afirma que vivemos num tempo marcado pela flexibildade, na qual, provoca uma certa fragilidade no que tange nossas relações sobre as coisas ou pessoas.

Essa sociedade líquida é comparada com a água, em razão deste elemento natural ter a potencialidade de alterar sua forma conforme seu recipiente. Nós estamos tendo essa característica instável, nos moldando conforme o andar da carruagem. Perdeu-se o aspecto durável e sólido das coisas, tudo é passível de mudança.

Os antigos viviam esse aspecto solidificável da vida, era possível planejar e criar metas a longo prazo, hoje, tudo é inseguro, nada é garantido; não se planeja a longo prazo. Pode ser que essa característica ganhou tal forma pela rápida mudança que nossas vidas está passando com o avanço da tecnologia. A internet é um exemplo disso. Nunca foi tão rápido e eficiente fazer "amigos", mas também, nunca foi tão rápido e eficiente perdê-los. Temos tantos contatos que se torna sobre-humano manter relações solidificáveis com eles. É possível até se perguntar, será que esses contatos são verdadeiramente amigos ou são apenas contatos? Podemos classificar essas relações: 1)amigo; 2)colega; 3)contato; 4)alguém; 5)adicionei sem saber; 6)nossa, esse cara tá aqui; 7) desconhecido; etc

O mundo vem correndo tão rápido que quando estamos numa relação estável, seja ela profissional, amorosa ou de amizade, na nossa cabeça vem a ideia de que estamos perdendo as novidades. Como se fosse uma novela, na qual, não devemos perder de jeito nenhum o próximo capítulo, pois, tem novidades. Lembrando que a novela é um exemplo por excelência dessa liquidez social. Atualmente os roteiristas mudam o decorrer da história conforme o ibope televisivo. Se tal história não está colando, se o ator está muito feio, se o bandido está tendo mais ibope, rapidinho eles mudam a direção do roteiro.

A sociedade parece estar nessa moda da água: incapaz de manter a forma.

Acho que podemos nos perguntar, essa liquidez é natural do ser humano?
É possível solidificar relações dentro de um mundo instável?
Essa solidificação de relações ou perspectivas não poderia criar possíveis preconceitos, pois, este é uma certa postura equivocada e firme sobre algo?