quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Alunos tecnologicamente autodidatas





Adolescentes tecnologicamente armados, com seus celulares imersos em diversos programas e acessos ilimitados na internet; orelhas sempre em prontidão com seus fones impenetráveis por qualquer ruído externo; dedos flexivelmente rápidos com alta destreza, dá um espetáculo de agilidade ao teclarem, tanto seus celulares, em minúsculas teclas, quanto em seus notebooks.

É incrível como eles aprendem sozinhos o funcionamento destes aparelhos modernos de telefonia, que - podemos dizer - está mudando a todo instante, com novas versões, novos sistemas. Eles não leem os manuais e, na maioria das vezes não pedem ajuda, apenas ficam mexendo e descobrindo os recursos que muitas vezes está num outro idioma.

Não vejo como inimiga o envolvimento da tecnologia na vida dos estudantes, o problema é que, como meio de aprendizado, ela é pouco ou má explorada nas escolas. É uma discussão que ganha muito espaço atualmente no meio educacional, porém, vejo que às vezes muitos a interpretam mal, pois pensam que basta ter o recurso tecnológico e tudo ficará mais fácil e, nossos alunos aprenderão, pois, estarão muito bem motivados só por ter os equipamentos.

Mas o mais interessante é que fazendo um paralelo com este aprendizado autodidata destes jovens e o ensino escolar, temos uma observação um tanto quanto curiosa:

  1. Eles sabem acessar a internet, mas não "acessam" os livros e apostilas de Língua Portuguesa;
  2. Eles sabem ler as mensagens dos sites de relacionamento, mas não leem pequenos textos de filosofia;
  3. Eles sabem partilhar vídeos, músicas, imagens, mas não trabalham em grupo nos jogos da Educação Física;
  4. Eles sabem localizar pelo bluetooth usuários que ativam este mecanismo ao seu redor, mas não localizam os pontos principais  das causas da Segunda Guerra Mundial na aula de história;
  5. Eles sabem se localizar no GPS, mas não se localizam no globo terrestre na aula de Geografia;
  6. Eles sabem perfeitamente o que deve fazer nos jogos de celular que são de idioma inglês, mas não entendem o que é o verbo to be;
  7.  Eles sabem ...
(FIQUEM À VONTADE PARA CONTINUAR OS TÓPICOS)


Cleber Xavier

2 comentários:

  1. ...Eles sabem pedir um beijo pelo face, mas pessoalmente nem tentam.

    Esse tipo de educação só tem a avançar, a tecnologia auto didata, a qual acredito ser fator, para inclusão dessas crianças nos grupos sociais em que elas participam, uma vez que, se uma criança não conhece os mecanismos de um aparelho celular, pode ficar fora do grupo. Principio esse que é explicado com base na Teoria da Espiral do Silêncio. Dê uma lida no link: http://pt.wikipedia.org/wiki/Espiral_do_sil%C3%AAncio

    Parabéns pelo texto. Abraço.

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  2. Fala Marcelo...blz.... obrigado pela contribuição. Eu li a teoria da Espiral do Silêncio, realmente este fator da integração social possui grandes influências na sociedade. Como a minoria tende a se calar - como afirma a teoria - a maioria acaba sendo assimilada pelo menor contingente.

    Poderia ser uma possível questão: "Eles são tão auto didatas por que querem, ou por que existe uma ideologia que os influencia a tal?"

    Podemos pensar até numa perspectiva capitalista. Este tipo de sistema exige que seu futuro funcionário saiba trabalhar com estas novas tecnologias, como também saiba ter uma certa autonomia para se adaptar as adaptações, pois um funcionário auto didata é garantia de que a produção não vá parar. Ele precisa "pensar"(operacionalmente) e agir rápido, pois "times is money".

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