domingo, 18 de julho de 2010

A MORTE

por Cleber Xavier

Você já parou para pensar na morte? Não? Nunca? Por que nunca pensou na morte, já parou para pensar o porquê disso? Medo? Tenho mais o que fazer?
QUEM NUNCA PENSOU NA MORTE, NUNCA VAI COMPREENDER O VALOR DA VIDA. Quem vive se anestesiando do fim inevitável que algum dia virá para nós é porque não entendeu o que realmente é a vida.

É até contraditório afirmar mas, somente os mortos sabem realmente o que é a vida. Interessante ver que aqueles que desfrutam do NÃO-SER é que compreendem o SER., e aqueles que desfrutam do SER não compreendem tanto o SER (vida) quanto o NÃO-SER (morte)

Vi num programa chamado Café Filosófico (http://www.cpflcultura.com.br/) que passa na TV CULTURA, todos os domingos por volta das 23h, na qual, falava sobre a morte. Não me recordo o nome do palestrante, mas, ele apresentou uma perspectiva interessante sobre esse assunto. A ideia consiste em afirmar que SOMENTE OS VIVOS EXPERIENCIAM A MORTE. Meio confuso né. Como os vivos experienciam a morte se eles (vivos) não morreram. Essa afirmação dá base a uma outra: SOMENTE O OUTRO MORRE, JÁ VOCÊ NÃO.

Para entendermos melhor essa concepção da morte é preciso compreender a lógica do SER (vida) e do NÃO-SER (morte).

Pensemos um pouco. Quem é que pode morrer? Só pode morrer quem é vivo, ou seja, quem está na vida. E somente quem está na vida é que pode dizer que alguém morreu, porque o falecido deixou de ser para afirmar a sua não existência. Percebamos que só os vivos é que são expectadores da morte. Por isso volto aquela ideia do início: A MORTE SÓ ACONTECE PARA O OUTRO. E se os vivos são os espectadores da morte, somente eles podem experienciá-las, pois quem morre deixa de ter experiências, seja qual for. Por isso que SOMENTE OS VIVOS EXPERIENCIAM A MORTE. Podemos perceber isso nas lágrimas, na angústia, no desespero e no lamento de quem fica na vida quando algum ente querido falece.

Vou aproveitar um trecho da "Carta a Meneceu" do filósofo Epicuro para complementar essa ideia:

"... enquanto existimos a morte não está presente, e quando a morte está presente nós já não existimos. Nada é portanto nem para os vivos nem para os mortos visto que não está presente nos vivos, e os mortos já não são."

Parece que não se exclui a morte da vida pois A MORTE FAZ PARTE DA VIDA.



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